A reza forte faz parte da nossa cultura, do nosso dia a dia. Rezamos para aquele amor voltar, para o filho chegar ileso em casa, rezamos para as coisas darem certo ou para, pelo menos, não darem muito errado. No futebol, então, a reza corre solta. Os menos crentes mas ainda um pouco supersticiosos, entre os quais me incluo, às vezes cruzam os dedos ou batem na madeira. Chegamos à sofisticação de construir um sistema hidrelétrico de dimensões continentais que, à míngua de reservatórios, depende bastante de orações para São Pedro.
Nesse contexto, era natural que a realização do mundial, à falta de planejamento responsável e eficiente, também dependesse um tanto de um certo esoterismo. Estamos recebendo milhares de pessoas em estádios ainda inacabados, alguns dos quais nem contaram com a indispensável visita dos bombeiros. O mais lógico, agora, o mais razoável, é acendermos velas para São Judas Tadeu, ou para qual seja o santo da nossa devoção. Sem deixar de cruzar os dedos.
(18/07/2014)
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