(Deu no Painel do Leitor da Folha de S. Paulo de hoje. Edita daqui, enxuga de lá, acabou ficando incompreensível. A íntegra era esta aqui.)
Resumo do artigo da tríade de procuradores publicado na Folha de hoje (Tendências/Debates, 30/03/2017): os políticos (e empresários) não podem estar acima da lei; juízes e procuradores, sim. Ou seja, em nome da nobre - e, de resto, inquestionável - causa do combate à corrupção, os fins justificariam os meios, e toda tentativa de conter abusos deve ser considerada "ameaça", tentativa de "intimidar autoridades". Ora, a deplorável anistia ao "caixa 2", aventada até nos mais altos tribunais, não se confunde com a bem-vinda iniciativa de coibir o abuso de autoridade.
Difícil não pensar que estamos entre a cruz e a espada: de um lado, o messianismo de "tenentes togados", que negam a política e se ofendem com toda crítica; de outro, o descaramento crescente de representantes da velha casta política que há muito se locupleta em tenebrosas transações.
Nessa atmosfera rarefeita, uma lufada de ar fresco vem, por exemplo, do surgimento de associações como o Coletivo Transforma MP (constituído por procuradores que desejam um Ministério Público aberto, plural e democrático) e da luta diária de uma minoria de parlamentares que não se deixa seduzir, seja pelos holofotes da mídia, seja pelo atraente tempero dos "acarajés".
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