Os moradores do DF podem dormir sossegados, certos de que o montante de seus impostos destinado à segurança pública está sendo investido de modo irrepreensível, com agudo senso de prioridade.
Ontem (2/4), por volta das 20h, nada menos que 4 viaturas da polícia do Arruda – incluídos 2 camburões – ocupavam a SCLN 312 para impedir que o bar vizinho ao Açougue Cultural T-Bone colocasse mesas no asfalto para o público interessado em usufruir de uma noite de música e literatura. Registre-se que, àquela hora, o comércio da quadra achava-se quase todo fechado e o trânsito fluía normalmente; as ignominiosas mesas e cadeiras ocupavam não mais que 6 vagas de estacionamento. No total, quase uma dezena de viaturas dispensaram atenção ao evento. Pouco após as 21h, os homens da lei dispersaram-se rapidamente, talvez afugentados pela aproximação de uma equipe de TV. Mas, para tristeza dos que ouviam a fala do premiado escritor catarinense Cristóvão Tezza e se deliciavam com a música de Manassés de Souza, voltaram às 22:30h para dar fim à festa. O cardápio de atrações contou ainda com visitas das viaturas 1813 e 1515, bem como da viatura 1846, do BOPE (!). Às 23h40, quando já não havia música ou literatura ou mesas ao ar livre, ainda aportou no local a viatura 1468, para averiguar não se sabe o quê.
O crime organizado do DF seguramente só tem a agradecer ao governador Arruda por mais esta noite de trabalho imperturbado. Músicos e escritores, infelizmente, não podem dizer o mesmo.
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